terça-feira, 22 de julho de 2008

O REINO DA ARÁBIA SAUDITA E OS EFEITOS POLÍTICOS E ECONÔMICOS DA ALTA DOS PREÇOS DO PETRÓLEO.




Os habitantes de Península Arábica encontravam-se, no inicio do século VII, divididos em varias tribos e clãs, adeptos de uma religião politeísta e sem um poder centralizador. Em meio a circunstâncias históricas propícias, o profeta Maomé difundiu uma nova fé que, em pouco tempo, unificou o povo árabe em torno do poder central. Originária da Arábia, a civilização sarracena, apoiada em uma nova fé religiosa, expandiu-se além dos limites da terra natal, suscitando mudanças sociais e intelectuais no próprio continente europeu, reunindo vastos territórios da Ásia até o Atlântico.
O chamado islão defronta-se com o Império Carolíngio, organizado pelos francos, povo bárbaro cristianizado que em outras épocas, havia ocupado o território da Gália. Em 1932, após conquistar toda a península arábica com a ajuda dos guerreiros Wahabis, Ibn Saud criou o Reino da Arábia Súdita. Os Wahhabis eram anti-ocidentais radicais que queriam voltar no tempo para o puro islã, não ameaçado pelo Ocidente. E foi por acaso que em 1933, com a chegada de uma expedição americana a procura de água que o petróleo foi descoberto.
Apesar da critica à despeito da presença estrangeira no Reino, o rei permitiu que se iniciasse a produção comercial de petróleo. O resultado foi a primeira união da Arábia Saudita e UEA que em 1938 foi denominada de CIA. PETROLÍFERA ÁRABE-AMERICANA ou simplesmente ARAMCO - ARABIAN AMERICAN OIL COMPANY. Para comandar a força de trabalho americana foram criados os primeiros projetos habitacionais Ocidentais. As severas e rígidas leis islâmicas em vigor no país não se aplicavam ali no lado de dentro dos muros nos complexos residenciais.
Ocidente e Oriente se encontram no Egito em 1945 quando o Presidente Roosevelt e Ibn Saud Rei da Arábia sentam-se para uma proposta comercial, petróleo por proteção, pois o Rei saudita queria a América presente em seu reino como segurança. Ao retornar aos EUA o Presidente Roosevelt à época concedeu uma entrevista coletiva nos jardins da Casa Branca onde fez a seguinte declaração: “eles querem a América presente lá em seu reino, porque nós somos a sua segurança”. Era notório que a elite saudita era perdulária, a elite tornou-se famosa por esbanjar dinheiro e perdeu credibilidade e respeito entre os conservadores religiosos.
Em reação ao apoio americano a Israel no conflito Árabe - Israel ocorrido em 1970, que foi chamado de A Guerra dos Seis Dias permitiu que Israel ocupasse vastas áreas do território árabe, inclusive o setor oriental de Jerusalém. Foi também no início da década de 1970, Faiçal opôs-se à ocupação israelense. Após a Guerra do Yom Kippur, passou a utilizar o petróleo da Arábia Saudita como um instrumento de pressão econômica contra os países que apoiavam Israel, os mulçumanos do Wahhabis precionam a monarquia para suspenderem a extração e bombeamento de petróleo, mais só em 1973 é decretado o do embargo do Petróleo e, aqueles que controlavam a produção de petróleo fizeram o Ocidente de refém e, a conseqüência foi que o preço quadruplicou. A partir de então o petróleo passou a ser prioridade da segurança nacional americana.



PETRÓLEO


PRODUÇÃO AGRICÓLA

PRODUÇÃO INDUSTRIAL

SEGURANÇA NACIONAL – INDÚSTRIA BÉLICA.

O embargo redefiniu o equilíbrio de poder entre os consumidores de petróleo e os produtores de petróleo, o que só durou um ano, e em 1974 foi decretado o fim do embargo. Em 1975, Faiçal foi assassinado por um de seus sobrinhos e o príncipe Khaled ibn Abd al-Aziz al-Saud, seu meio-irmão, tornou-se rei Khaled. Em 1976, a Arábia Saudita adquiriu o controle acionário da Aramco. O consórcio de empresas norte-americanas que a integrava (Exxon, Socal, Texaco e Mobil Oil) foi substituído por uma estatal, a Petromin. A ela coube a responsabilidade de gerir a indústria petrolífera saudita e a riqueza que produzia.
Em 1979, o ataque à Grande Mesquita de Meca comprovou a insatisfação e o descontentamento de grupos fundamentalistas islâmicos com o governo. Nessa época, temendo a extensão da revolução islâmica dos xiitas do Irã à Arábia Saudita, a monarquia aproximou-se ainda mais dos EUA.
Em janeiro de 1980, teve início a Guerra Irã-Iraque e o governo saudita forneceu recursos ao Iraque para que ele detivesse os xiitas iranianos. Em 1982, Khaled morreu e seu irmão Fahd ibn Abd al-Aziz as-Saud subiu ao poder. Sob o reinado de Fahd, aprofundou-se a aliança entre a Arábia Saudita e os EUA. Além disso, o governo procurou incrementar a atividade industrial para tornar o país menos dependente da indústria petrolífera.
Em Agosto de 1990 o exercito iraquiano invadiu o KUWAIT ao nascer do dia. Natural da Arábia Saudita, Osama Bin Ladem ofereceu os seus serviços a Família Real, ele declarou que traria o seu exercito do Afeganistão para repelir os iraquianos comandados por Sadan Rusem. Mas os sauditas tiveram uma oferta muito maior: meio milhão de soldados americanos e, com a oferta rejeitada Osama foi às ruas e mesquitas para denunciar os Estados Unidos e a Família Real Saudita por essa profana aliança.
E foi a partir da década de 90 que aumentaram os ataques terroristas patrocinados por Osama Bin Ladem, em RIAD, NAIRÓBE, DAR ES SALAAN, USS COLE. Com esses ataques o serviço secreto americano passou a seguir Bin Ladem e a Arábia Saudita retirou a sua cidadania, passando o mesmo a se tornar um fantasma, sem identidade e ao mesmo tempo o homem mais procurado do mundo.
No ano de 2000 a Arábia Saudita tornou-se o maior produtor de petróleo do mundo e os Estados Unidos o maior consumidor de petróleo do mundo e, ao atacar os Estados Unidos em 11 de Setembro de 2001, jogando dois aviões conta as duas torres gêmeas do Word Trede Center, Bin Ladem não só deu um profundo golpe na economia dos E.U.A mais também em todo o mundo.
Quando se tornou claro de que 15 dos 19 terroristas que participaram do ataque as Torres Gêmeas em Nova York eram sauditas, foi uma desgraça, porque naquele momento Bin Ladem havia transformado na cabeça dos americanos a Arábia Saudita em inimiga. Nesse momento a monarquia saudita reage e condena os ataques dizendo que também querem pegar os mentores dos ataques terroristas, como eles se atrevem a dizer que são muçulmanos?
A Arábia Saudita é uma nação onde tradição e modernidades colidem violentamente, os últimos ataques terroristas evidenciam a grande divisão entre a monarquia pró-americana e os militantes do Wahhabis dentro do reino. O Reino da Arábia Saudita está finalizando um grande programa de expansão de sua indústria petrolífera que deve elevar sua capacidade de produção para mais de 12,5 milhões de barris por dia em 2009. Como parte da ampliação, a estatal petrolífera saudita Aramco, planeja explorar o campo de Khursaniyah, com produção diária de 500 mil barris.
Os preços do petróleo subiram 40% neste ano, chegando perto dos US$ 140 o barril nos últimos dias e fazendo com que o valor cobrado pela gasolina ficasse em torno dos US$ 4 o galão. Alguns analistas previram que o preço do barril pode chegar a US$ 200 ainda neste ano se o consumo do combustível continuar elevado. A crescente volatilidade dos mercados teria persuadido os sauditas da necessidade de elevar a produção, afirmam especialistas, porém, a medida traz alguns riscos para o reino e não dá garantias da redução dos preços.
Alguns investidores duvidam que a Arábia Saudita tem a capacidade de ampliar a sua produção além dos níveis atuais. "Isto representa claramente o maior teste para eles", disse John Kilduff, vice-presidente da MF Global, que afirmou ainda que a proposta poderia ter efeitos indesejáveis se os investidores não responderem ao suprimento extra dos sauditas". Nenhum outro produtor tem capacidade de expandir rapidamente a sua produção.
Desde o início, a Arábia Saudita alinhou-se com os EUA, tornando-se o centro de operações petrolíferas liderada pelos norte-americanos no Golfo Pérsico, mais a situação econômica do país agravou-se e a era de abundância de dólares tinha chegado ao fim, pois, além da concorrência dos países filiados à Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep), os países não-filiados passaram a adotar uma política comercial agressiva no mercado mundial de petróleo. Os gastos militares realizados durante e depois da Guerra do Golfo geraram déficit fiscal.
Em 1995, o governo saudita procurou ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI). No final do mesmo ano, o rei Fahd sofreu sérios problemas de saúde. Nessa época, a oposição fundamentalista islâmica realizou alguns atentados terroristas contra as tropas ocidentais no país.
A crise econômica do Sudeste Asiático, em 1997, acarretou a redução da demanda de petróleo no mercado mundial, baixando os preços do produto. Em 1999, a Opep adotou diretrizes para diminuir a produção e pressionar o aumento do preço do petróleo. A ação da Opep, a recuperação dos Tigres Asiáticos e a manutenção do crescimento da economia norte-americana fizeram o consumo de petróleo aumentar. O pico dessa recuperação ocorreu em setembro de 2000, quando o preço do barril de petróleo atingiu a cotação mais elevada desde a Guerra do Golfo.
O fim da trégua na Nigéria também contribuiu para o aumento do preço do petróleo. O preço do barril de petróleo registrou um novo recorde neste ano mercado de Nova York, sendo vendido a US$ 145,98 por barril, com a escalada das tensões geopolíticas no Golfo Pérsico, a tendência é o petróleo aumentar mais ainda, mais tudo isso deixa claro de que essa guerra não é santa como afirma Osama Bin Ladem e, sim uma manobra política comandada pelos governos Árabe e Americano para que o dólar não se desvalorize ainda mais frente ao Euro com a crise imobiliária americana.
Márcio Gomes.

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