sexta-feira, 20 de novembro de 2009

VERGONHA DE SER HONESTO

VERGONHA DE SER HONESTO
O brasileiro Rui Barbosa, grande jurista e diplomata, notável escritor, além de extraordinário orador, deixou um escrito que nos faz refletir sobre a atual situação da sociedade.
“De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto crescer as injustiças,
de tanto ver o poder agigantarem-se nas mãos dos maus,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver a verdade vencida pela mentira,
de tanto ver promessas não cumpridas,
de tanto ver o POVO subjulgado e maltratado,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto.”

(Rui Barbosa - 1849-1923)

A PEDRA



O distraído nela tropeçou;
O bruto a usou como um projétil;
O empreendedor, usando-a, construiu;
O camponês cansado da lida, dela fez assento;
Para as crianças foi brinquedo;
Drummond a poetizou;
Com ela Davi matou Golias;
O artista fez dela a mais bela escultura...
(AUTOR DESCONHECIDO).
Conclusão: em todos os casos, a diferença não era a pedra, mas sim o homem. Só o homem tem o poder da transformação e, a verdadeira arte do administrador é fazer com que as pessoas realmente experimentem, transforme seu maximo, tenham prazer no trabalho e no que faz.

GESTÃO AMBIENTAL, O EMPREGO VERDE

Ainda ocorre de forma timida a percepção que vivemos sobre a superfície de uma esfera, flutuando no espaço, envolta numa tênue camada de gases com recursos limitados e aquecidos por uma estrela. Somos todos moradores de uma casa cuja habitabilidade é mantida por meio de uma sofisticada combinação de fatores montada por acoplamentos de vários sistemas que se interligam e se complementam. Para se viver em um lugar assim, tem-se que ajustar-se a leis, a princípios e a limites.
Essa falta de percepção catalisa uma irresponsabilidade coletiva que se cristaliza quando uma indústria faz as suas descargas aos domingos para fugir da fiscalização; quando uma siderúrgica alimenta os seus fornos com carvão obtidos por meio da destruição da mata nativa; (às vezes, acoplado ao trabalho escravo ou o infantil); quando alguém compra os produtos dessa siderúrgica; quando os índios são tapeados com bugigangas para retirada predatória das madeiras de suas reservas; quando alguém compra essas madeiras; quando se provocam incêndios florestais para abrir áreas para pastagens; quando se compram bois dessas passagens; quando se consome essa carne nas churrascarias; quando se vendem milhares de motos e carros sem preocupação com os seus transtornos; quando agentes ambientais são assassinados no comprimento de suas missões; ou quando nos omitimos em tudo isso. Cada um tem a sua justificativa pronta. Inabalável.
O que impulsiona as ações sócio-ambiental não são as regras do mercado, tampouco o aroma dos lucros emanados dos sistemas financeiros lubrificados pela engenharia de especulação. É a ausência dos valores humanos, da ética e dos sentimentos que deveriam orientar a espécie humana. A ausência desses elementos nos afasta da concepção dos mistérios da vida e permite surgir e crescer novas ópticas que geraram modelos como os vigentes, formando uma sociedade que ninguém gostaria de ter criado.
Sem esses elementos não há possibilidade de sustentação, não há tecnologia que possa suportar a nossa ignorância. Não há recursos naturais capazes de satisfazer tal altivez, tal apetite voraz por lucro e poder. Entretanto, a própria complexidade criou uma grande oportunidade de evolução. A febre do planeta escancarou os erros que causaram os sintomas de uma doença que pode se tornar cada vez mais grave, mais também apontou os caminhos para a cura.
O advento da Rio 92, no Rio de Janeiro, da Rio + 10, em Johannesburgo, do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, foram fatores chaves de que não há possibilidade de construção de um mundo justo e saudável – social, econômica e ambientalmente – se a questão da sustentabilidade não for incorporada na gestão das organizações e do próprio Estado. Embora seja definir o que é sustentabilidade, é bastante claro o que é sustentável: a pobreza, a deterioração ambiental, o desperdício e a violência não são sustentáveis. Então, ao constatar o mundo que nós não queremos, torna-se possível vislumbrar o mundo desejado. Porque, se não há um consenso sobre o que é sustentabilidade, é possível, por outro lado, criar pactos que disciplinem normalizem e limitem a insustentabilidade.
Esse novo pensamento precisa ser acompanhado de uma mudança de valores, passando de da expansão para a conservação, da quantidade para a qualidade, da dominação para a parceria, o novo pensamento e o novo pensamento de valores juntamente com praticas novas constituem o que denominamos de o “novo paradigma” com reflexos imediatos. O novo paradigma pode ser denominado como uma visão do mundo holística – a visão do mundo como um todo integrado, e não como um conjunto de partes dissociadas.
A expansão da consciência coletiva em relação ao meio ambiente e a complexidade das tais demandas ambientais que a sociedade repassa às organizações induzem um novo posicionamento por parte das organizações frente a tais questões. Tal posicionamento por sua vez, exige gestores empresariais preparados para fazer frente a tais demandas ambientais que saibam conciliar as questões ambientais com os objetos econômicos de suas organizações empresariais.
Para a gestão ambiental, para um desenvolvimento que seja sustentável, econômica, social e ecologicamente, precisa contar com executivos e profissionais nas organizações públicas e privadas, que incorporem tecnologia de produção inovadora, regras de decisão estruturadas e demais conhecimentos sistêmicos exigidos no conceito em que se inserem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

DIAS, Genabaldo Ferrira. Crônica, Ética e sustentabilidade socioambiental. Revista Ibama Ano II - nº 04 Outubro de 2008.
TACHIZAWA, Takeshy. Gestão ambiental e responsabilidade social corporativa: estratégias de negócios focadas na realidade brasileira. 2 ed. São Paulo: Atlas. 2004. 339p.
YOUNG, Ricardo. Seminários temáticos para a 3ª Conferência Nacional de C.T&I. Dilemas e avanços da responsabilidade social empresarial no Brasil – o trabalho do Instituto Ethos.

RESENHA CRÍTICA, VANTAGEM COMPETITIVA.

A análise de competitividade no mercado mundial, para entender a extensão do movimento que lhe é inerente, exige um rompimento com os limites estreitos da concorrência determinada pela teoria econômica tradicional. Aliás, o próprio entendimento dos economistas sobre o que é mercado tem se alterado com o crescimento da complexidade e extensão dos negócios locais, nacionais ou internacionais. A economia moderna reestrutura sua base conceitual que a leva a afastar-se progressivamente de pressupostos pela economia política clássica, como as postulações de tradição liberal. O elemento fundamental dessa mudança relaciona-se com o distanciamento da submissão da teoria econômico a elementos “dados”, considerados imutáveis, neutros e resultantes da ordem natural.
A consideração desses elementos torna-se fundamental para a compreensão da teoria da dinâmica economia moderno. O conceito integrante da economia clássica, e que não encontra adequação a realidade atual, é a Lei dos Mercados de Say, formulada originalmente por Jean Baptiste Say (SAY, 1983), discípulo francês de Adam Smith, difundida com base na frase de que “toda oferta cria sua própria demanda”, essa concepção de mercado também atribui um papel passivo das empresas e dos Estados, pois bastaria produzir que a venda estava garantida, inexistindo problemas de superprodução e de qualidade. Isso contradiz a capacidade dos Estados ou de países e das empresas de romperem com obstáculos de distintas ordens para construírem mercados para seus produtos com estratégias diversas. Por outro lado, as condições do mercado internacional, cada vez mais exigente em qualidade e sujeito a concorrência por diferenciação de produtos, tornam inapropriadas posturas passivas.
Ademais a diferenciação de produtos procura a maior adequação possível às preferências dos consumidores, conformando progressivamente economias de demanda em substituição as economias de oferta, colocando os gastos dos clientes como pré-requisito importante da produção. O elemento a ser destacado é a teoria das vantagens competitivas, o conceito de competitividade não tem uma definição muito precisa, ou seja, tem sido utilizado com mais de um significado por diversos autores, a definição de que “a competitividade é a capacidade de uma empresa ou unidade produtiva (ou de um setor ou de um pais) de manter e incrementar de maneira sustentada no tempo sua cota de determinado mercado” (PAOLINO, 1994). Trata-se de um conceito relativo, ou seja, a competitividade de um país ou de uma indústria só poderiam serem tomadas em relação com aos demais competidores num mercado específico.
Essa especificidade pode ser determinada, com distintos graus de competitividade dos países estudados em relação a mercado interno sujeito a abertura a produtos de outros países. Outro aspecto dessa definição de competitividade esta relacionado com seu sentido dinâmico. Dessa maneira, confronta não apenas a idéia das empresas como agentes passivos nos mercados, mas também o pensamento governamental de que no mercado internacional operam apenas vantagens comparativas, nessa visão, como especialização de cada país, que ocorre como resultado da ordem mundial, não há sentido em falar de competitividade.
Entretanto, o mercado mundial mostra continuamente as empresas e as nações forjando mercado para seus produtos com a construção de vantagens competitivas, mesmo onde as vantagens competitivas sejam frágeis. No desenho dessas estratégias, certamente o poder geopolítico de cada país e das suas empresas, em dados aspectos econômicos configura-se como essencial. Dessa maneira, ainda que a análise determine níveis de reduzidos de competitividade em determinado tempo e lugar para um complexo produtivo, noutras palavras, a capacidade de cada nação de forjar vantagens competitivas para as suas empresas em dado espaço econômico define os desdobramentos e os procedimentos a serem adotados.
A busca de fortalecimento de suas posições competitivas no mercado mundial esta na base da formação de blocos supranacionais, pois, se integradamente a competitividade econômica das nações de um bloco pode ser significativamente maior que cada uma delas isoladamente, trata-se de promover a integração das vantagens competitivas e da capacidade de forjá-las explorando a complementaridade dentro dos vários complexos produtivos. Dessa maneira, se os objetivos transcendem os limites do bloco supranacional, também dentro do mercado comum aumentam as interações de forças de dinamismo. A competitividade dos complexos produtivos depende assim, do nível de integração e de complementaridade dos complexos produtivos do novo espaço econômico mais amplo.