sexta-feira, 20 de novembro de 2009

RESENHA CRÍTICA, VANTAGEM COMPETITIVA.

A análise de competitividade no mercado mundial, para entender a extensão do movimento que lhe é inerente, exige um rompimento com os limites estreitos da concorrência determinada pela teoria econômica tradicional. Aliás, o próprio entendimento dos economistas sobre o que é mercado tem se alterado com o crescimento da complexidade e extensão dos negócios locais, nacionais ou internacionais. A economia moderna reestrutura sua base conceitual que a leva a afastar-se progressivamente de pressupostos pela economia política clássica, como as postulações de tradição liberal. O elemento fundamental dessa mudança relaciona-se com o distanciamento da submissão da teoria econômico a elementos “dados”, considerados imutáveis, neutros e resultantes da ordem natural.
A consideração desses elementos torna-se fundamental para a compreensão da teoria da dinâmica economia moderno. O conceito integrante da economia clássica, e que não encontra adequação a realidade atual, é a Lei dos Mercados de Say, formulada originalmente por Jean Baptiste Say (SAY, 1983), discípulo francês de Adam Smith, difundida com base na frase de que “toda oferta cria sua própria demanda”, essa concepção de mercado também atribui um papel passivo das empresas e dos Estados, pois bastaria produzir que a venda estava garantida, inexistindo problemas de superprodução e de qualidade. Isso contradiz a capacidade dos Estados ou de países e das empresas de romperem com obstáculos de distintas ordens para construírem mercados para seus produtos com estratégias diversas. Por outro lado, as condições do mercado internacional, cada vez mais exigente em qualidade e sujeito a concorrência por diferenciação de produtos, tornam inapropriadas posturas passivas.
Ademais a diferenciação de produtos procura a maior adequação possível às preferências dos consumidores, conformando progressivamente economias de demanda em substituição as economias de oferta, colocando os gastos dos clientes como pré-requisito importante da produção. O elemento a ser destacado é a teoria das vantagens competitivas, o conceito de competitividade não tem uma definição muito precisa, ou seja, tem sido utilizado com mais de um significado por diversos autores, a definição de que “a competitividade é a capacidade de uma empresa ou unidade produtiva (ou de um setor ou de um pais) de manter e incrementar de maneira sustentada no tempo sua cota de determinado mercado” (PAOLINO, 1994). Trata-se de um conceito relativo, ou seja, a competitividade de um país ou de uma indústria só poderiam serem tomadas em relação com aos demais competidores num mercado específico.
Essa especificidade pode ser determinada, com distintos graus de competitividade dos países estudados em relação a mercado interno sujeito a abertura a produtos de outros países. Outro aspecto dessa definição de competitividade esta relacionado com seu sentido dinâmico. Dessa maneira, confronta não apenas a idéia das empresas como agentes passivos nos mercados, mas também o pensamento governamental de que no mercado internacional operam apenas vantagens comparativas, nessa visão, como especialização de cada país, que ocorre como resultado da ordem mundial, não há sentido em falar de competitividade.
Entretanto, o mercado mundial mostra continuamente as empresas e as nações forjando mercado para seus produtos com a construção de vantagens competitivas, mesmo onde as vantagens competitivas sejam frágeis. No desenho dessas estratégias, certamente o poder geopolítico de cada país e das suas empresas, em dados aspectos econômicos configura-se como essencial. Dessa maneira, ainda que a análise determine níveis de reduzidos de competitividade em determinado tempo e lugar para um complexo produtivo, noutras palavras, a capacidade de cada nação de forjar vantagens competitivas para as suas empresas em dado espaço econômico define os desdobramentos e os procedimentos a serem adotados.
A busca de fortalecimento de suas posições competitivas no mercado mundial esta na base da formação de blocos supranacionais, pois, se integradamente a competitividade econômica das nações de um bloco pode ser significativamente maior que cada uma delas isoladamente, trata-se de promover a integração das vantagens competitivas e da capacidade de forjá-las explorando a complementaridade dentro dos vários complexos produtivos. Dessa maneira, se os objetivos transcendem os limites do bloco supranacional, também dentro do mercado comum aumentam as interações de forças de dinamismo. A competitividade dos complexos produtivos depende assim, do nível de integração e de complementaridade dos complexos produtivos do novo espaço econômico mais amplo.

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